Leitura nota 1000 3
- Rodrigo Bartz
- 5 de ago. de 2020
- 2 min de leitura
Vamos falar de livros
Pois, bem. O livro abordado é um dos meus de cabeceira. A primeira vez que li, quase tive um surto de psicose – exagero meu – mas tem contos dessa coletânea que me deixaram sem fôlego.

A obra é de um escritor gaúcho Sergio Faraco e se intitula Dançar Tango em Porto Alegre: L&PM, 1998. O autor viveu por algum tempo na antiga União Soviética, local onde cursou ciências Sociais e que rendeu outro livro chamado Lágrimas na chuva: uma aventura na URSS, Porto Alegre: L&PM, 2002, que se trata de uma bela obra também, mas assunto pra outra hora talvez.
Dançar Tango em Porto Alegre tem em seu interior 18 contos divididos e 3 partes temáticas. A primeira trará contos relacionados à fronteira do Rio Grande do Sul, local de nascimento do autor.
Na segunda, os enredos girarão em torno da adolescência. E na terceira, e última parte, o autor trará, principalmente, contos urbanos.
Nos contos regionais, relacionados à fronteira do estado, a temática principal vai ser a honra, a família e as tradições do homem do campo, além dos atravessadores, que contrabandeavam produtos da Argentina – país vizinho – através da fronteira molhada (Rio Uruguai). Na segunda parte, aparecerão meninos tristes pela falta de amor paterno, alguns descobrindo a sexualidade (mas tudo de forma metafórica) e outros tomando conhecimento da vida na cidade. Na última parte, o autor nos surpreende com personagens solitários, no limiar entre o ser ou não ser, fazer ou não fazer, geralmente apáticos, adultos residentes na cidade com dificuldades de adaptação ao espaço urbano, solidão e desemprego. Ademais, podemos ver relações efêmeras, crises existências. Todos os contos exigem uma leitura muito atenta, uma vez que pequenos detalhes fazem toda diferença.
Aqui, parece haver uma crítica a essa tradição gaúcha. Esse homem chora, sente-se mal, tem dúvidas é piedoso, enfim, aborda-se o humano, que mesmo sendo gaúcho é antes de tudo humano.
Um dos melhores contos que já li na minha vida está nesse livro, mais exatamente na primeira parte e tem como título “Guapear com Frangos”. Guapear, nesse contexto, tem o sentido de brigar, pelear e os frangos, na verdade, são corvos esperando o prato do dia. Já o reli mais de 10 vezes e nunca me canso. Não vou dar mais detalhes, nem em relação ao conto, nem ao livro para não ser estraga prazeres; Beleza?
Tenha como tarefa diária ler, pelo menos, 1 hora por dia. Não dói nada. No final, vai perceber que isso fará toda diferença. Valeu? Espero que tenham gostado. Logo tem mais, acompanhe-nos. Grande Abraço. Até mais
Professor Rodrigo – RB Grupo de Redação.
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