top of page

Humano, demasiado humano

  • Foto do escritor: Rodrigo Bartz
    Rodrigo Bartz
  • 4 de ago. de 2020
  • 2 min de leitura

Atualizado: 5 de ago. de 2020

Rodrigo Bartz


Bem, a política brasileira é confusa. Vivemos um regime democrático dentro de uma república. E esse regime é um tanto quanto ateniense, ou seja, direito a voto, não a decisões. Tivemos como presidente um dos maiores sociólogos brasileiros e como seu sucessor um torneiro mecânico e todos acharam isso normal. O que aconteceu no Brasil dos últimos anos, independente de partido, foi uma ascensão do miserável.

Isso, com certeza, incomodou muito essa falsa elite que viu seu filho, sangue azul e descendente “legítimo” de europeus, ao lado do negro, do favelado, do excluído, do retirante que até pouco tempo atrás era invisível.

Isso não pode! Imagina, quem será agora o caixa do mercado, ou o frentista do posto de combustível, ou pior; quem irei chamar de chefia pedindo a conta em um restaurante.

Criamos, nos últimos anos, uma antipatia a mitos não a partidos, até porque a grande maioria de nós é extremamente analfabeto político e sempre acabamos acreditando em um marketing competente. E, mesmo falsa, “gracias” que ainda temos uma possibilidade de fantasiar que somos livres e importantes nesse processo. Como diz o ditado “o que os olhos não veem o coração não sente”. Particularmente não aprovo a democracia, até porque, 50 + 1 não é a totalidade, mas continuo com meus pensamentos respeitando sempre o dos outros.

Respeitei o deputado mais votado do Rio Grande do Sul ser o cara que pensa que; “negro, homossexual e índio é tudo de ruim que temos” e para se justificar, afirma que: “até é amigo desse TIPO de gente”.

Respeitei os jovens irem às ruas, desordenados e sem objetivo algum, sem crítica na essência e sem o mínimo de cultura necessária para qualquer mudança. Respeitei o Jardel ex-jogador ser eleito com uma expressiva votação. Respeitei o Maluf e o Tiririca. Respeitei e respeito o outro e não o diferente, porque penso, (mas posso estar errado para alguns), que somos todos iguais.

Desprezível é ser ignorante a ponto de achar que o outro é o culpado. O nazismo tinha o mesmo pensamento. A Alemanha é soberana, a raça ariana é a melhor, nós estamos em uma crise por culpa desses demônios judeus, etc, etc.. Não pense que é diferente, porque preconceito é julgar alguém sem prévio conhecimento, e colocar no outro culpa de seu próprio fracasso. Muitos animais racionais, no seu momento de raiva, mostraram sua verdadeira face.

Agora, depois das terríveis declarações preconceituosas, racistas e homofóbicas entendi, porque chamam negros de macacos, porque homossexuais são agredidos, porque queimam CTGs, porque nos amparamos nessa mentirosa, falsa e hipócrita “epopeia” farroupilha que nos faz pensar que nossas façanhas servirão de modelo a toda terra. Somos gaúchos, somos brasileiros, somos latinos americanos, somos brancos, negros, somos muitos, mas principalmente humanos, demasiadamente humanos.
 
 
 

Comments


  • redação

  • dicas de leitura

  • Literatura

  • textos

  • crônicas

Faça parte da nossa lista de emails

Obrigado por acessar nossa página!!

  • White Facebook Icon
  • White Twitter Icon
bottom of page