E ai galera. Beleza? Bem, hoje vou expor uma dúvida de uma de minhas alunas.

Bem, hoje vou expor uma dúvida de uma de minhas alunas. Em uma das aulas, dia desses, estávamos vendo o desenvolvimento de um texto dissertativo. Então, ela me perguntou.

- Professor. Eu posso ter dois pontos de vista diferentes?

- Disse que sim, mas como assim; dois pontos vista?

- A, tipo, dividir minha opinião. Queria, na verdade, saber que tipo de conector usar nesse caso?

Ah, olha, até pode, mas se deve ter muito, mas muito cuidado para não tornar seu texto incoerente, isso é um grande risco que se corre. Assim, alguns operadores que pode usar são:

Pelo contrário,

em contraste com,

salvo,

exceto,

porém,

menos,

mas,

contudo,

todavia,

entretanto,

no entanto,

embora,

apesar de,

ainda que,

mesmo que,

por menos que,

a menos que,

a não ser que,

em contrapartida,

enquanto,

ao passo que,

por outro lado,

sob outro ângulo,

acho que esses são os mais utilizados.

Logo após, mostrei um exemplo prático. A redação nota 1000, no ENEM 2015, de Lucas Domingos Ribeiro. E, assim, analisamos os 2 parágrafos de desenvolvimento:

“Na ótica aristotélica, a mulher é concebida como a encarnação de um homem ruim. Este fato talvez justifique o alto índice de violência contra o espírito feminino em voga no Brasil, subjugado por homens e até mesmo mulheres que desrespeitam a igualdade do gênero. Segundo o Mapa da Violência de 2012, milhares de mulheres foram assassinadas, como também muitas delas sofreram com os mais diversos tipos de agressão, incluindo agressões de caráter físico, com predomínio de 51,68% dos casos.

Entretanto, existem movimentos e organizações que têm como compromisso a redução dos descasos com a figura da mulher, como a campanha contra o femincídio, que une cidadãs em prol do combate ao patriarcalismo que impera na sociedade brasileira. Infelizmente, nem toda comunidade feminina se junta e segue esses princípios. Geralmente, as mulheres aceitam a dominação e, no viés de Max Weber, só há dominação se houver aceitação.”

No primeiro parágrafo do desenvolvimento, o participante usa uma autoridade (Aristóteles) para validar sua argumentação, afirmando que, talvez, por isso, ainda haja esse alto índice de violência contra a mulher. Em seguida, recorre a dados, constantes nos textos motivadores, para justificar/argumentar a violência contra as mulheres.

Já no segundo parágrafo, inicia com um operador de contraste/adversativa; “Entretanto”, para quebrar essa linha de raciocínio, pois ele quer afirmar que, mesmo com esse alto índice de violência, existem movimentos e organizações com o compromisso firmado de reduzir esse quadro. Por exemplo, aqui, poderíamos substituir o operador “Entretanto” por outros, daqueles citados acima (Por outro lado, No entanto, Sob outro ângulo).

Dessa forma, podemos sim “contrastar” argumentos ou pontos de vista, principalmente, quando queremos evidenciar algo diferente ou algo que está sendo realizado para sanar ou acabar com o problema em questão, mas tudo com muito cuidado e observando a coerência.